Um impasse contratransferencial conduzirá o analista a encontrar na escrita um recurso favorável à estabilizaçäo de sua escuta. Um paciente para quem a situaçäo transferencial correspondia a uma superexposiçäo mobilizadora de intensas ansiedades esquizoparanóides e depressivas que intensificavam seu quadro psicossomático punha em questäo a neutralidade das respostas da analista. A análise da escrita neste caso como um sintoma contratransferencial encaminhará uma interrogaçäo sobre a funçäo metafórica da escrita como alicerce da situaçäo analítica e de sua condiçäo de sustentaçäo da intimidade da sessäo. Uma reflexäo final sobre a escritura como metáfora, apoiada na obra de Pierre Fédida, buscará esclarecer as significações ontológicas do ato de escrever.
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Schaffa, Sandra Lorenzon
Escrever, escutar
En: Jornal de Psicanálise. -- Vol. 35 (64/65, 2002). -- Säo Paulo : SBPSP. Instituto de Psicanálise, [s.f.]
Um impasse contratransferencial conduzirá o analista a encontrar na escrita um recurso favorável à estabilizaçäo de sua escuta. Um paciente para quem a situaçäo transferencial correspondia a uma superexposiçäo mobilizadora de intensas ansiedades esquizoparanóides e depressivas que intensificavam seu quadro psicossomático punha em questäo a neutralidade das respostas da analista. A análise da escrita neste caso como um sintoma contratransferencial encaminhará uma interrogaçäo sobre a funçäo metafórica da escrita como alicerce da situaçäo analítica e de sua condiçäo de sustentaçäo da intimidade da sessäo. Uma reflexäo final sobre a escritura como metáfora, apoiada na obra de Pierre Fédida, buscará esclarecer as significações ontológicas do ato de escrever.